59ª PROGRAMA OS ASTROS NA RADIO, com o tema " A ASTROLOGIA PREVISIONAL- OS TRANSITO"


A natureza da predição
Como interpretar trânsitos e progressões dentro de uma perspectiva psicológica?
Eu gostaria de começar por dizer que, Algun tempo atrás, eu dei uma palestra A propósito, da carta natal da União soviética, e fiz uma previsão sobre o seu futuro.
Eu não tinha ainda nessa época muito conhecimento sobre as sutilezas da astrologia mundial.


A minha previsão bastante ingênua era baseada no fato que Plutão se aproximaria lentamente da conjunção do Sol natal da União Soviética em sete anos.
Eu tinha observado que sempre que um transito poderoso atingia esse Sol em Escorpião, a liderança soviética mudava.
Em termos mundiais isto é uma conclusão razoavelmente óbvia e simples, uma vez que o Sol reflete, entre outras coisas, a liderança de uma nação.
A razão pela qual eu esperava um colapso em vez de outra típica luta pela liderança é porque a abrangência de Plutão é bastante mais ampla do que a dos outros planetas exteriores.
Ele tende e apagar tudo e nada resta da sua forma ou estrutura originais.

Havia outros trânsitos –
por exemplo, a conjunção de Urano-Netuno- Saturno no primeiro decanato de Capricórnio – aproximando-se de Vênus da União Soviética na quarta casa – que sugeriam que esse colapso iminente seria como um rompimento matrimonial.
Seria ser uma desintegração vinda mais de dentro do que de fora, e os vários países satélites começariam a pedir o divórcio.
Isso foi como eu entendi naquele momento, e não havia  uma indicação dos fatos que estavam por acontecer.
Um novo líder surgiria; mas um colapso total era impensável.
Portanto, nos sete anos subsequentes não pensei sobre isso.
 Então tudo se passou como tinha previsto.
Existem muitas situações, tanto mundiais quanto pessoais em que os astrólogos podem fazer prognósticos precisos.
Entretanto, focalizar somente no lado preditivo da astrologia é como o médico que se concentra somente no sintoma físico, sem considerar o indivíduo como um todo e na interação entre corpo , mente e emoções.
Ao longo dos anos acreditei que uma boa parte do que acreditamos estar predestinado, em termos de trânsitos e progressões, não é, em absoluto, o destino – são os nossos complexos inconscientes a atuar.
Tanto como indivíduos ou coletivamente, inconscientemente contribuímos para criar ou sermos levados por situações que ativam questões internas –porque  estivemos a evita-las no passado, ou porque elas estão simplesmente maduras , o momento certo, chegou.
Seria uma tolice imaginar que todas as situações da vida são uma criação individual, porque muitas não o são.
Não se pode dizer que seis milhões de judeus tinham um transito particular ou aspectos progredidos que os levariam aos campos de concentração e a maioria encontra-se lá a morte.
É loucura supor tal coisa assim como a recusa da nossa cumplicidade inconsciente quando estes atos de brutalidade acontecem a nível de massa.
Existem movimentos coletivos e revoltas, assim como existem desastres naturais tais como inundações e terremotos aos quais podem suplantar a escolha, complexos e a vontade individual.
Também pode haver outros fatores mais profundos e de ordem espiritual, sobre os quais não vou comentar hoje por falta de tempo.
Mas existe algo que continua através e além de uma simples encarnação mortal, ao qual a herança recebida acumula substancia de acordo com as escolhas feitas em cada vida, e que atua como um imã para o tipo de experiência que atraímos.
Isto pode ser o fator acima e além dos esforços conscientes na vida de uma pessoa.
Pode haver fatores na herança familiar sobre os quais não se tem grande controlo.
Por mais injustos que eles pareçam, nós somos herdeiros dos conflitos e complexos familiares que se cristalizaram através de muitas gerações e estes frequentemente agem como um tipo de destino (a família Kennedy por exemplo).
Se esses conflitos permanecem sem solução por muito tempo, podemos perder a capacidade de escolher ou evitar certos eventos, e sem dúvida, qualquer indivíduo possui maior liberdade de escolha se não há um peso acumulado desta herança psicológica.
Assim, há muitos outros fatores além da consciência individual que determinam como trânsitos e progressões serão expressos.
No entanto, uma boa parte daquilo que nós supomos ser previsível pode não o ser totalmente, uma vez que a consciência individual começou a expandir os níveis do que experimentamos como a nossa realidade.
Por essa razão eu acredito que necessitamos tentar viver como se tivéssemos a liberdade de trabalhar com nossos trânsitos e progressões a nível psicológico.
Podemos assim ter espaço suficientes para modificar eventos futuros, ou lidar mais criativamente com qualquer coisa que seja a nossa própria criação de acordo com a atuação dos nosssos complexos inconscientes.
E quanto às coisas sobre as quais não temos realmente nenhuma escolha, se as identificaremos cedo o bastante e esperançosamente aprender a aceitá-las e viver com as nossas necessidades e com o espírito mais tranquilo.
Um dos principais objetivos na exploração deste tema é sugerir que podemos ter mais liberdade do que pensamos, em níveis que não estaríamos inicialmente conscientes.
Se aprendermos a trabalhar com os movimentos planetários com mais intuição e com uma abordagem menos literal do tipo…
"Úrano se aproxima de tal ponto e tal e tal acontecerá" ,
Poderíamos descobrir o que os seres humanos são co-criadores com Deus.
Isto também pode ser totalmente destrutivo, porque há claro, algo como uma profecia auto cumprida.
Em função das nossas percepções serem invariavelmente distorcidas pelos nossos complexos individuais, estamos inclinados a interpretar os trânsitos e progressões não de acordo com o que eles podem significar, mas de acordo com o que os nossos complexos dizem que vão fazer convosco.
Até o melhor e mais "Experiente" astrólogo não é capaz de ser objetivo quando é para prever eventos.
Podemos até não estar certos sobre o que um "evento" realmente é, uma vez que muito depende de como e quando uma pessoa percebe o que aconteceu.
As nossas suposições sobre o futuro são fortemente coloridas pela nossa própria psique,  tanto quanto nossas suposições o são sobre o presente.
A abordagem psicológica para trânsitos e progressões é mais desafiadora que a abordagem literal, pois envolve assumir responsabilidade por aquilo que está simbolizado pelas configurações da nossa carta natal.
Isto também requer aprender a trabalhar com técnicas preditivas tradicionais em mais de um nível.
Não significa que não há valor em tentar compreender como um movimento planetário afeta o plano material.
Seria tolice ignorar esta dimensão da vida , assim como é ignorar a psique.
Se alguém tem o Sol progredido a fazer quadratura a Netuno na segunda casa, enquanto Saturno em transito faz conjunção à Netuno natal, não é uma boa idéia fazer uma parceria de negócios com alguém cujas referencias sejam pouco conhecidas.
A aplicação concreta dos princípios astrológicos pode ser de grande valor .
Mas sem o entendimento psicológico,  precedendo a interpretação do mapa astral,  acho que podemos muitas vezes, criar o nosso próprio destino, manifestar as nossas próprias previsões, e gerar um sofrimento considerável, quando nada disso seria necessário.

Gostaria agora de examinar os diferentes níveis nos quais os trânsitos e progressões podem se expressar.
Existem basicamento três níveis, nos quais os movimentos planetários parecem operar.
Numa visão geral, constatei que esta divisão é muito útil.
O primeiro nível é aquele que provavelmente interessa a inclinação à espiritualidade –
o sentido profundo de um transito ou aspecto progredido particular.
Por "sentido", estou me a referir à sua teleologia –
o seu propósito final em termos da evolução da personalidade, da alma ou de ambos.
Alguns de nós tem uma inclinação religiosa ou espiritual podemos supor que o cosmos tem um tipo de propósito e que há um sentido para as experiências que vão ocorrer na vida da pessoa.
Portanto, os eventos têm um desígnio oculto, uma função educativa, e se nós podemos crescer em função do que acontece connosco, estamos a cumprir algum projeto espiritual ou evolucionário maior.

Quando observo trânsitos e progressões nesta perspetiva a pergunta a nós mesmos é,
" O que posso aprender com essa conjunção de Saturno sobre o meu Sol?
O que a progressão de Vênus a fazer uma quadratura sobre o Plutão natal quer me ensinar?
O que eu posso descobrir enquanto Úrano transita sobre a minha Lua?
Qual é o potencial positivo deste Marte progredido a fazer sextil ao Kiron?
"Essa abordagem é uma dimensão extremamente importante de um transito ou aspecto progredido.
Embora tenha usado o termo "espiritual" porque isto é tão psicológico como uma exploração dos complexos parentais, porque estamos a considerar os movimentos planetários em termos de evolução da psique ou da alma.
Poderia observar este ponto de vista como pertencendo à psicologia transpessoal ou arquetípica, em vez de uma psicologia redutiva.
No entanto é uma visão psicológica da astrologia.
Sem esta perspectiva estaríamos a tratar a astrologia e a nós mesmos de forma meramente mecânica.
Digamos que Saturno em transito vai fazer uma oposição com o Sol natal na quinta casa de alguém.
Se olhar esse transito numa perspectiva teológica, posso falar sobre o desenvolvimento do sentido de identidade da pessoa.
Graças a esse transito, alguém poderia obter um senso de identidade mais forte, um sentido de propósito mais claro, e a realização dos seus talentos criativos.
Os desafios do mundo material podem doer, mas podem finalmente resultar num compromisso mais profundo com uma particular direção vocacional.
Quaisquer eventos que aconteçam, embora difíceis, são significativos para alguém se tornar mais consciente de si mesmo.
A abordagem teológica em si mesma é geralmente suficiente com bons trânsitos e progressões, como Júpiter em trígono com a Lua, ou o Sol progredido a fazer um sextil a Urano.
Quando experimentamos movimentos planetários harmoniosos, tendemos a nos sentir "conectados" a um sentido de propósito cósmico e bondade, e essas interpretações correspondem a como nos sentimos naquele momento.
O sentido e a resposta emocional para a época do transito ou progressão parecem estar de acordo.
Quando aparecem movimentos planetários menos atrativos ou positivos posso interpretá-los em termos do seu potencial.
Geralmente essa abordagem pode ser maravilhosamente curadora no meio do caos, stress e da dor.
Posso ver um verdadeiro pesadelo planetário se aproximar, e vai perguntar a si mesmo,  qual o potencial de crescimento poderia estar escondido sob todo essa tensão e stress.
É muito importante ter isto em mente e ser capaz de comunicá-lo.
Mas também preciso lembrar que, embora por mais profundo e positivo seja o sentido, o consultante que está a experimentar esses trânsitos e progressões pode não estar em condições de ouvir as minhas possibilidades evolutivas ou nem tão pouco interessado nelas.
Para algumas pessoas, particularmente aqueles que estão acostumadas a ver a realidade de uma perspectiva meramente material ou extrovertida, o sentido mais profundo e o potencial de trânsitos e progressões difíceis pode não lhes ser acessível por um bom tempo.
Enquanto estão a passar pelo transito, podem estar conscientes e aptos para não ouvir nada, a não ser o seu próprio conflito e a sua dor.
Trânsitos e aspectos progredidos também envolvem um nível de expressão emocional.
Isto é também psicológia, mas é mais relacionada com as respostas individuais, ambos no nível do sentimento e nos termos dos complexos inconscientes que estão a ser ativados.
Tanto o passado quanto o presente está usualmente envolvidos.
Nossas respostas emocionais na época do transito ou aspecto progredido são muito complicados e muito depende do quanto de auto conhecimento a pessoa, já adquirimos, o quão forte é o seu ego, que tipo de controlo exerce sobre os sentimentos, quando eles estão ativados e quanto ele sabe sobre os seus complexos parentais.

As experiências do passado são quase invariavelmente ativadas por algum transito ou progressão, especialmente se um transito similar ou progressão aconteceu no passado e preciso considerar que tipo de memórias e associações a pessoa acumulou sob sucessivos movimentos planetários sobre um ponto natal em particular.
Também uma experiência pode ser muito positiva e produtiva em significado, e por sua própria natureza pode exigir sofrimento como parte do processo.
Todos esses fatores se situam a nível emocional e por causa disso, a resposta emocional ao transito pode ser imensamente diferente de sua teologia.

Pode parecer que não há nenhuma relação entre o significado de um transito ou aspecto progredido e a maneira como alguém se sente se comporta naquele determinado período.
Como astróloga, posso ficar bastante confusa com isso se não falar directamente com o consultante.
Tenho visto trânsitos maravilhosos de Júpiter que acabem por ser qualquer coisa, menos de maravilhoso para o consultante naquele período.
O consultante tende a se sentar e cheio de esperança fica a pensar:
"Que esplendido, algo fantástico esta a chegar para mim quando Júpiter fizer conjunção ao meu Sol".
Algo maravilhoso pode realmente acontecer dentro da perspectiva teológica, mas o que acontece na vida real pode ser um pesadelo no plano emocional.
Por exemplo, uma pessoa que tem no seu mapa natal muito elemento terra, muitos planetas em Touro, e um Saturno forte, com uma forte necessidade de estrutura e estabilidade, que foi casada durante 23 anos e tem três crianças, dois carros, um emprego seguro e uma grande casa hipotecada, e quando Vênus progredido chega no Júpiter natal na quinta casa, o resultado disto pode ser qualquer coisa de menos maravilhoso a nível emocional e material.
Eu como astróloga profissional, posso saber que essa progressão pode refletir uma separação e pode ser justamente o que a pessoa precisa e necessita.
Mas, no entanto, o que ela vai dizer ao seu marido?
E ele pode pagar as custas do processo?
E muitas outras perguntas?
Muito depende de como a pessoa está a viver a sua vida e se ela está em contato com as diferentes configurações da sua carta natal.
É improvável que alguns de nós , possa alegar estar totalmente em contato com tudo o que está dentro de nós, portanto é uma questão de grau de inconsciência.
Se uma pessoa se casou cedo por razões sociais ou de segurança, e se os seus potenciais talentos da quinta casa têm sido cruelmente reprimidos durante anos, este aspecto progredido pode liberar um grande conflito e sofrimento.
A pessoa pode ficar apaixonada por alguém que não é a sua ou o seu cônjuge, e então terá que encarar as consequências.
Às vezes é o cônjuge que ativa o Júpiter renegado.
Não é incomum ver este tipo de experiência aparentemente delegada nas cartas dos meus consultantes.
Alguém se senta e espera a Princesa ou Príncipe Encantado chegar e ao contrário, quando Urano em transito atinge a sua Vênus natal, é o parceiro que dá o fora.
Porque somos tão relutantes para entender quão poderosamente a psique inconsciente afeta a maneira pela qual o trânsito ou a progressão se expressam na nossa vida?
Às vezes pode haver uma experiência de grande depressão com um trânsito aparentemente feliz.
Eu tenho visto isto frequentemente quando estão envolvidos os chamados planetas Benéficos.
Júpiter chega no Sol natal de alguém, ou o Sol progredido faz conjunção à Vênus e eu presumo que se iniciou uma fase de felicidade e plenitude, para o consultante.
Em vez disso, a pessoa mergulha num buraco negro.
Porque conflitos internos podem ser ativados por uma experiência feliz, refletindo profundos e enraizados sentimentos de culpa relacionados aos seus pais.
Ou pode ser que Júpiter o faça ficar cientes de potenciais não vividos que podem exacerbar sentimentos de fracasso.
Se o consultante estiver cristalizado numa postura rígida na qual  cortou  todas as pontes para possibilidades futuras, e podes perguntar a si mesmo:
"Qual o sentido da vida?"
Júpiter também pode estar conectado com uma depressão profunda, porque o espaço entre os nossos potenciais e a nossa situação presente pode ser revelada como uma verdade e dolorosa num momento sombrio, e esse espaço pode  deixa lo envergonhado por ter desperdiçado a sua vida.
Assim, a resposta emocional a um transito ou aspecto progredido pode ser muito diferente no seu significado.
Eu necessito ser capaz de me comunicar e ter tempo para o fazer com o consultante que está num estado emocional doloroso e caótico, que pouco percebe da teologia do transito ou da progressão do seu mapa astral.
Posso estar tão segura do significado de um movimento planetário particular, que esqueço que a pessoa pode absolutamente não sentir desta forma.
O consultante no dia da sua consulta pode estar muito assustado com o que lhe está a acontecer, ainda que no nível teológico esteja a ser transformador.
Posso saber que o resultado final será positivo, mas o consultante pode não o sentir assim, as vezes só muito mais tarde toma consciência de quanto foi positivo.
A minha função é ajudar  o consultante a compreender a sua situação emocional, e explorar algum tema psicológico pessoal que venha a orienta-lo a achar um caminho através de um significado mais profundo, então todas as minhas esclarecedoras interpretações acabarão soando de forma menos confusa e com sentido.

Um nível sem o outro é incompleto.
É muito importante entender como as pessoas se sentem sob trânsitos difíceis.
Muitos trânsitos são muito dolorosos e é estúpido e de pouco alcance supor que eles não sejam, ou que alguém deveria sentir-se otimista.
Se alguém com a Vênus progredida em quadratura com Kiron natal está sentada a minha frente e estiver a dizer "eu sou miserável", não devo responder dizendo: " Bobagem, deveria sentir-se positivo e entusiasmado porque esse é o seu tempo de cura".
Posso certamente falar sobre a cura, mas também preciso ter empatia com o sentido de isolamento, inferioridade e o tratamento injusto que a pessoa provavelmente está a experimentar no momento.
E, ai, então posso fazer comentários inteligentes sobre porque ele ou ela estar se a sentir daquela maneira.
Talvez na consulta  preciso falar sobre muito sobre o seu passado, especialmente nos períodos em que Kiron foi ativado por trânsitos importantes ou aspectos progredidos.
As emoções que acompanham profundas mudanças internas , muitas vezes são extremamente desconfortáveis, mas muito libertadoras e as vezes a catarse ser o suficiente para desbloquear um problema de saúde existente ou alguma outra situação  negativa do momento.

De algum modo este é o mais complexo dos três níveis de expressão, pela confrontação com o mistério da consciência individual.
A realidade emocional é a cola que existe entre o nível do significado e o nível da manifestação.
E é também a área na qual  tem alguma oportunidade de exercitar a liberdade da escolha individual (do seu livre arbítrio).
Com o tempo a questão psicológica está tão solidificada que deve ser expressa de forma concreta, podemos apenas querer planejar o futuro, mas não podemos desfazer o que foi tricotado na realidade do presente.
Uma pessoa que tenha Saturno em transito a fazer oposição ao seu sol natal, tem em termos de teologia uma oportunidade soberba de aumentar o senso de identidade pessoal, pode estar profundamente deprimida e insegura.
Ele ou ela podem sentir-se fracassados e todas as conquistas do passado podem parecer sem qualquer valor.
Temas parentais podem vir a superfície, particularmente aqueles relacionados com o pai e o complexo paterno.
Os desafios deste transito podem não ser percebidos como desafios, mas como vitimização.
Questões sobre as bases da identidade pessoal podem ter que ser suscitadas e algumas atitudes e suposições sobre a vida precisam ser esclarecidas, antes que uma visão do mundo mais saudável possa crescer em seu lugar.
A relação com o masculino – dentro de si mesmo e o homem na vida de alguém –
podem ter que sofrer uma completa reavaliação.
Há muitas coisas que as pessoas podem sentir sob o transito de Saturno em oposição ao seu Sol que não são prazerosas, e quando as pessoas se sentem mal, elas querem saber se eu  posso reconhecer a sua infelicidade e ajudá-los a entender  os seus fundamentos.
Como tenho uma inclinação mais espiritual da astrologia precisei formar-me em psicoterapia para trabalhar neste nível.

3. Materialização
O terceiro nível dos trânsitos e progressões é o nível da materialização.
É nesta esfera que muitas abordagens astrológicas antigas, mas não todas, concentram a sua atenção.
Trabalhar este nível, primeiramente preocupo-me com o que vai acontecer no mundo material sob um determinado transito ou aspecto progredido.
Esta abordagem parece ser simples, mas é realmente bastante complexa.
Há muitas questões internas e externas que podem dizer se o movimento planetário vai se materializar no nível concreto real, e de que maneira.
Outro fator importante são os complexos individuais, os quais têm a tendência de materializar se eles são muito carregados e dissociados da consciência do ego do consultante.
Se existe algo como karma, isto também pode ser um fator; e a herança familiar, genética e psicológica também são relevantes.
E não devo negligenciar a importância do ambiente, especialmente a predominância das atitudes sociais e visões de mundo, porque o individuo está sempre circunscrito, em maior ou menor medida pelo coletivo de qual ele faz parte, quero dizer do seu meio, onde vive.

Pode haver também um destino em cada existência – algo que a alma ou o Self (eu) pode desejar cumprir no decorrer de uma vida particular.
No pensamento da filosofia grega haviam dois tipos de destino afetando o individuo, as erínias e o daimon.
O primeiro poderia ser grosseiramente equiparado à herança ancestral, e o último com o destino ou propósito da alma.
E pode haver também um destino coletivo – nações e povos inteiros podem ter um destino especifico em termos de evolução humana, e uma herança ancestral especifica.
Como indivíduos, às vezes somos inseridos em movimentos que são muito maiores do que nós, porque somos parte de uma humanidade maior, que por sua vez está sintonizada com os ciclos planetários.
Portanto, compartilhamos as eventualidades desta humanidade maior, e temos que dar conta da bagagem psicológica que herdamos da nossa origem racial, religiosa, social e nacional.
Há questões filosóficas sobre as quais cada um tem as suas próprias crenças e convicções individuais.
Tu a menciona-las porque elas podem ser fatores importantes na materialização dos trânsitos e progressões.
De todas as áreas que tenho mencionado, a única na qual podemos ser realmente eficazes como indivíduos é a esfera dos nossos complexos inconscientes.
Nossa habilidade para reconhecer, conter, trabalhar com eles e transformá-los poderia realmente afetar o coletivo do qual fazemos parte.
Isto pode até afetar o nosso "karma".
Antes da previsão de algum evento está sempre o individuo ou um grupo deles.
No final somos forçados a voltar para nossos próprios jardins para contemplar o que está a crescer lá, se desejamos entender porque e que tipo de eventos são prováveis de nos acontecer.

E quando ocorre um evento?

Há uma outra questão importante sobre a materialização dos trânsitos, progressões e previsão de acontecimentos.
Ao considerarmos o momento em que algo vai acontecer, entramos numa área de tensão do que constitui em evento, e estamos num terreno muito misterioso.
Vou dar um exemplo do quão complicado isto pode ser.
Recentemente eu tive uma segunda consulta com uma consultante, que veio me ver a primeira vez há anos atrás.
Notei que Plutão em transito estava agora a  aproximar-se  de Kiron na sua quarta casa a 5º de Sagitário.
Isto revelou que, alguns anos antes, o seu pai tinha falecido.
A consultante contou-me que quando ele faleceu, e não tinha feito nenhum sentido para ela.
Era aparentemente para ela  um não-evento.
Ela não tinha tido um relacionamento muito íntimo com ele.
Acreditava que pouco sentia por ele e portanto, quando ele morreu, era como se nada houvesse acontecido, pois ele não tinha sido presente na sua vida.
Isto foi como ela explicou as coisas.
Tínhamos analisado a sua relação com o seu pai durante a nossa primeira consulta, e suas percepções não tinham mudado desde então.
Não estou inclinada a ver o lugar de Kiron como uma área da vida onde a pessoa não sente nada.
Mas a minha consultante estava convencida que era este o caso, e foi aí que terminou a conversa sobre o seu pai.
A razão pela qual ela veio me ver numa segunda vez, foi que ela estava muito aborrecida com o seu cunhado, que estava muito doente.
Ele tinha desenvolvido pequenos tumores malignos, e embora os médicos tivessem operado e removido os tumores, novos tumores estavam a crescer, e ela tinha muito medo de que ele pudesse morrer.
O que ela não podia entender era que, embora não fosse muito próxima do seu cunhado, a idéia da sua morte encheu-a de um terror cego.
Contemplar a morte de qualquer outro, inclusive o seu marido, não evocava nela uma resposta tão drástica.
Por alguma razão o papel que esse cunhado exerceu na sua vida foi maior do que pensava.
Mas, ela o via  muito raramente.
Eles tiveram um relacionamento amigável, mas como, não era muito próxima à irmã casada com ele, e tao pouco tinha tido fantasias eróticas com ele.
Ela não entendia o porquê de estar agora neste estado de extrema ansiedade , com a mera idéia que este homem poderia deixar a sua vida.
Ela própria chamou o seu estado de "obsessão irracional".
O que realmente era!
Pude observar que junto ao transito de Plutão conjunção ao Kiron, Neptuno em transito estava a passar e repassar sobre o seu Sol natal.
Gradualmente ficou mais evidente que o evento real que sustentava a sua ansiedade foi a morte do seu próprio pai.
Isto poderia soar estranho pois ele já tinha morrido, mas no nível interno, o pai não tinha ainda falecido em absoluto.
Não houve sofrimento, nem separação emocional, e nenhum sentido de perda no momento da morte real e fisica, do pai.
No entanto, a presença de Kiron na quarta casa combinada com um trígono de Sol e Júpiter, sugeriu –me que existiam sentimentos muito ambivalentes relativos ao seu pai, extremamente positivos tanto quanto dolorosos, os quais tinham sido totalmente reprimidos.
Esta senhora tinha o hábito de reprimir todos os seus sentimentos.
Embora fosse muito inteligente e culta, tinha um curioso vazio.
A morte real pareceu estar a coincidir com o transito de Plutão a aproximar-se de Kiron natal, quatro ou cinco anos depois da morte física do seu pai.
O cunhado da minha consultante preencheu o papel de pai para ela.
O seu Saturno no 12º de Caranguejo estava em oposição exata ao Sol natal dela no 12º de Capricórnio.
O dito cunhado  evidentemente sentia-se profundamente responsável por ela, embora a visse pouco e ela respondia as suas qualidades saturninas como uma filha deveria.
Ela podia confiar nele; ele a fazia sentir-se segura.
Ele estava sempre na retaguarda, era uma pessoas extremamente estável.
Ela sabia que se tivesse algum problema, poderia contar com ele, financeiramente ou emocionalmente.
Nunca experimentou essa opção, mas sabia que ele estaria lá , se ela precisasse dele.
Projetou nele sentimentos inconscientes de natureza infantil que eram associados ao pai verdadeiro, com o qual ela claramente tinha tido uma relação dolorosa e complicada e que tinha negado durante a sua vida adulta.
Se eu tentasse prever os eventos sugeridos pelo transito de Plutão sobre Kiron na quarta casa poderia dizer:
 " Vai mudar de casa ou emigrar.”
“ Ou talvez vá se divorciar".
Ou se eu fosse um pouco mais atrevida, podería dizer "aqui está a morte de um dos seus pais, e isto poderia despertar sentimentos muito dolorosos e confusos".
A morte de seu pai é certamente uma possível expressão deste transito, especialmente se levar em conta a conjunção de Netuno em transito sobre o seu Sol natal. Mas como o pai pode morrer , se ele já faleceu?
Para a minha consultante, o evento da morte do pai está a acontecer agora, neste preciso momento.
Esta é a realidade da minha consultante, embora possa não ser a sua, ou a minha.
Essa morte e os sentimentos dolorosos que a acompanham não têm nada a ver com o pai de carne e osso, colocado dentro do seu caixão.
Agora, pela primeira vez, a minha consultante está a encarar o medo, o pânico e a dor que ela negou quando o seu pai real se foi.
Ela concentrou os seus sentimentos num homem que não era realmente a pessoa pela qual, ela tinha sentimentos.
O seu cunhado foi apenas um substituto do pai, um gancho ou ligação, para o seu complexo paterno inconsciente.
Saber se o cunhado vai morrer não está muito claro pelo trânsito.
Em certo sentido isto nem sequer é relevante.
É a possibilidade da sua morte que evocou uma reação tão poderosa.
Nós poderíamos dizer que a sua morte está sincronizada com a maturidade do complexo paterno que agora está pronto para se tornar consciente.
Este tipo de deslocamento ou transferência de eventos internos e externos perturba as nossas noções daquilo que definimos como realidade.
Um acontecimento no sentido que ele reflete um transito ou aspecto progredido, pode não ser exatamente aquilo que pensamos que é, porque o tempo em que coisas concretas acontecem a uma determinada pessoa, pode não ser o verdadeiro reflexo de quando elas acontecem internamente.
O reconhecimento emocional do envolvimento com os acontecimentos na nossa vida são aquilo que fazem o evento ser real.
Lembramos do impacto que nos causou, e o impacto pode não acontecer no período do evento físico.
Este breve exemplo que dei não é incomum!
O tempo em que as coisas ocorrem não é sempre o mesmo quando elas ocorrem fisicamente.
É por isso que os eventos materiais podem acontecer com uma inexplicável falta de trânsitos e progressões relevantes, mesmo que esteja a espera que algo importante aconteça na carta astral.
Como outro exemplo, vou considerar o fim de um relacionamento.
Quando é que , ele acontece?
Quando duas pessoas se separam?
Esse não é obviamente o caso, nem mesmo quando a morte é a causa da separação.
Para muitas pessoas a relação ainda está viva e cheia de força anos depois de separação física, e um parceiro pode ainda estar furioso e muito infeliz, incapaz de se recuperar da sua perda, mesmo que o parceiro tenha partido há muito tempo (encarnado ou desencarnado).
Isto é particularmente trágico e comovente quando um pai perde o seu filho e não pode processar a sua perda. O quarto da criança pode ser preservado como um museu, nada pode ser trocado ou sair do lugar, e a sua volta é esperada a qualquer momento.
Isto também pode acontecer com casais divorciados.
A fotografia do ex-parceiro nunca é tirada do aparador, e não é permitido a um novo amor sentar-se na poltrona favorita do seu velho amor.

É comum as pessoas terem pouca consciencia disso, e ficarem chocadas com as suas reações violentas quando alguns anos mais tarde, a ex-mulher ou o ex-marido casam-se novamente.
O inferno todo desaba, embora o parceiro desaparecido tivesse sido colocado no gelo num compartimento secreto da alma.
Embora ele ou ela tenham ido fisicamente (falecido), a amada presença ainda está internamente ali, e quando o ex-parceiro assume um compromisso, toda a dor e medo são experimentados como se a separação tivesse acabado de acontecer.
De fato, ela acabou de acontecer, embora no plano concreto, isso aconteceu há anos atrás.
Isto pode acontecer quando vemos Vênus progredida conjunção à Plutão, ou Saturno a transitar sobre Vênus, ou Úrano em trânsito fazendo oposição à Lua na sétima casa do mapa astral.
Quando as relações acabam, o fim pode ser só para um daquele casal.
Às vezes os relacionamentos também terminam antes do seu fim real.
O casal continua a viver juntos,  toda uma vida, mas a vida deixou a relação dois, dez ou trinta anos atrás.
Isto pode estar refletido por um transito ou aspecto progredido relevante, mesmo que não haja um evento físico.
Movimentos na carta podem descrever o fim de algo, mas não há um final visível, nenhum evento concreto. Ou o transito ou aspecto progredido relevante pode descrever o fim de algo muito tempo depois de alguém dizer
"Oh, isso acabou anos atrás".
Finais, tanto quanto começos, são questões altamente pessoais.
Pessoas diferentes têm diferentes, dimensões de tempo para processar os acontecimentos.
Alguns eventos que nada significam para uma pessoa, muito significam para outra.
A morte em si mesma, tem diferentes significados para diferentes pessoas, e alguém pode ficar cheio de raiva e terror e negar a sua doença fatal até o final, enquanto a outra está pacificamente resignada à morte como um rito de passagem , anos antes de sua passagem real, para outra dimensão.
A percepção de um evento – o seu tempo, o seu significado e a interpretação que damos–
é descrita por um sincronismo do transito ou progressão, e portanto os "eventos" descritos pelos movimentos planetários são aqueles que ocorrem na psique.
Um evento externo em si mesmo, pode não ser relevante para um indivíduo.
Se alguém tem um poderoso transito ou aspecto progredido, o evento pode ter grande significado e causar uma reviravolta na vida da pessoa;
Mas se o mesmo evento ocorre em outro momento, quando não há uma concordância tão poderosa dos aspectos, isto é experimentado de uma forma inteiramente diferente e poderá não ser sentido como "importante".
O acontecimento em si não é tão importante como uma entidade objetiva.
Mas aquilo que alguém experimenta internamente acrescenta importância e sentido ao evento, de acordo com o transito ou progressão que coincidem com ele.
Sei que isto é uma coisa difícil de entender, porque a nossa forma habitual de interpretar a realidade é que qualquer coisa que aconteça "lá fora" “fora de nós” , seja objetiva.
A manifestação física pode ser objetiva ( embora isto seja também questionável) , mas não a maneira como nós a percebemos.
É muito perturbador explorar caminhos nos quais as nossas perceções podem colorir o que é "lá fora".
E as nossas perceções são aquilo que o horóscopo descreve, incluindo trânsitos e progressões sobre os pontos da carta natal.
Quando Saturno em transito está sobre a Lua, estamos predispostos a perceber e responder às situações de uma certa maneira, o que é muito mais realista e negativo do que o transito de Netuno sobre a Lua.
Quando Urano transita sobre Mercúrio nós percebemos a verdade de forma bem diferente do que percebemos no transito de Kiron sobre Mercúrio.
Quando Júpiter transita sobre Vênus, experimentamos as pessoas diferentemente, do que num transito de Plutão sobre Vênus.
São as pessoas que mudaram ou somos nós?
E se realmente são as pessoas, podem as nossas mudanças de percepções influenciar o tipo de pessoas que atraímos, assim como as atitudes que elas têm connosco?
Se a separação ocorre durante um transito de Urano trígono Vênus, nós teremos um sentimento bastante diferente daquele que acontece sob um transito,  de Plutão oposição à Vênus.
Aos olhos alheios, o evento parece ser o mesmo.
Por exemplo;
O António deixou a sua mulher e fugiu com a sua secretária de dezoito anos.
Mas a mulher do António tem um transito de Úrano trígono Vênus nesse momento, e ela provavelmente lançará um suspiro de alívio, por livrar-se dele e sentir-se finalmente livre.
Se ela tem uma oposição de Plutão de Vênus, a coisa mais amarga de toda a situação será a traição e jurará vingança.
Se a Vênus progredida faz oposição à Neptuno, ela pode sentir-se vitimizada, uma coitada.
Se Saturno em transito faz uma quadratura a Vênus ela pode ficar preocupada com a sobrevivência material e se consumir em sentimentos de inferioridade perante a rejeição humilhante.
Não devo nunca subestimar a importância da dimensão subjetiva dos eventos.
Como o acontecimento é sentido, como ele é entendido e percebido, e quando isto registra a realidade será totalmente diferente de acordo com o "clima" astrológico, assim como a carta natal, porque a pessoa está a receber o evento de uma forma muito individual.
Isto complica as nossas definições sobre aquilo que constitui um evento.
O nível pode variar muito , assim como o momento.
E o acontecimento sugerido por um movimento planetário particular pode estar ou não conectado com o acontecimento físico.
As coisas se tornam ainda mais complicadas quando consideramos os planetas lentos.
Eles podem permanecer próximos aos aspectos da carta natal por dois ou três anos, e, no caso de Plutão ainda por mais tempo, movendo-se para trás e para frente, mudando a sua direção, com os seus movimentos direto e retrogrado.
Uma série de eventos aparentemente desconectados podem ocorrer durante o transito dos planetas exteriores, e esses acontecimentos poderão ser percebidos através da lente colorida,  por uma tinta especial relacionada a esse transito.
Por isso todos os eventos que acontecem neste período podem ter um sentimento ou significado similar.
Se esses mesmos eventos acontecessem em outra época, eles não seriam experimentados da mesma forma.
Eles poderiam ser vistos de forma aleatória.
Não poderia dizer,
"Ah, aqui existe uma conexão entre a morte do seu pai dois anos atrás, a disputa que teve com o seu patrão no ano passado, e o novo romance que começou este mês; tudo faz parte do mesmo pacote".
É o transito ou a progressão que reflete o sentido de coincidência, não os eventos em si.
Tenho de ser muito cuidadosa quando tento definir um evento, porque quanto mais de perto o olho, mais subjetivo ele fica.
Uma observação de aspectos da época da morte de um individuo é um vívo exemplo disso.
Com isso quero dizer que são importantes não somente os aspectos que aparecem na carta da pessoa que morre, mas também aqueles que ocorrem nas cartas daqueles que são próximos à ela.
Mas nenhum astrólogo pode sustentar com êxito uma típica "assinatura da morte" –
Isto é diferente em cada carta natal.
E se os aspectos vão se formando, às vezes por muitos anos, isto pode ser relevante tanto quanto aqueles que acontecem num momento preciso.
É possível que algumas mortes realmente aconteçam num plano interno, bem antes da morte real e estejam a refletir algo interno de um individuo que "entregou os pontos".
Tentar compreender o sentido da materialização dos trânsitos e progressões significa que devemos ter em mente os três níveis de expressão, incluindo os níveis emocional e teológico.
Esses dois últimos têm influencia direta na realidade dos eventos.
Não só os três níveis são relevantes, mas é sábio lembrar toda a complexidade dos níveis.
Somente quando tenho um grande quadro do que está a acontecer,  posso  de forma responsável dizer, "há uma possibilidade de tal e tal acontecer".
Sem essa visão maior, estou a atirar dardos de olhos vendados.

Posso ter o alvo preciso, mas também posso ferir alguém nos olhos.