COMO ESCOLHER O CEU NA TERRA?

Mudar de lugar? –
para quê a deslocação?
      Quando nos deslocamos fisicamente, podem ocorrer alterações radicais no horóscopo. No entanto, estas alterações podem também ser subtis. Por exemplo, se nos deslocamos apenas uma curta distância e, mesmo assim, essa deslocação altera o nosso sistema de casas, transpondo o Sol ou a Lua para uma outra casa, essa deslocação é importante.

      Normalmente, não nos apercebemos dessa mudança no minuto em que chegamos, porque é necessário algum tempo e muita energia para conseguir uma alteração significativa, sendo pouco provável sentirmos, de repente, "Oh que bom, o meu Sol acabou de se mover da minha oitava casa para a sétima, e por isso as minhas relações vão melhorar bastante, e já não vou ter que lidar mais com os mistérios da vida, mas com amizades, relacionamentos e coisas mais leves". Seria um absurdo.
      No entanto, podemos perceber que, se nos mudámos para outro local, e passámos a viver lá durante uns dois anos, - um retorno de Marte é mais ou menos o tempo necessário para criar raízes num local – esse tipo de mudança vai ser notória. Continuaremos a ser a mesma pessoa, e o Sol manterá o mesmo aspecto, digamos que faz quadratura com Saturno, portanto seremos o mesmo indivíduo com fortes desafios interiores.
       Continuaremos a ter de lidar com o stress e com trabalho árduo, mas podemos perceber que, em termos de parcerias e relacionamentos, somos menos introspectivos e mais envolvidos – que já não nos isolamos tanto (Sol na casa oito) e somos mais capazes de lidar com outras pessoas.
      Quanto mais distante da terra natal for o local para onde nos deslocamos, mais radicais serão as mudanças que sofremos. Penso que, se considerarmos a deslocação como uma opção, em vez de algo circunstancial, então é bom que sejamos práticos e que consideremos todas as ramificações e também as cartas de deslocação (relocação).
      Por outras palavras, existem muitas razões para nos deslocarmos. As duas razões básicas são ter que mudar, ou então querer mudar. Muitas pessoas deslocam-se porque se sentem estética ou pragmaticamente atraídas por um lugar. O trabalho é melhor, a educação, as atracções culturais, a estética é mais apelativa, é melhor para a família, e por aí afora.
       É por isso que acredito que o MAPA ASTRAL é uma ferramenta importante, porque, se emigrarmos de uma parte do mundo para outra, então é importante ver o "aspecto" geral da zona.
       As pessoas que sentem um desejo urgente de ir para outro país por razões que não sejam o tipo de edifício ou o trabalho artístico, geralmente estão a responder a um apelo da alma – existe alguma ligação da alma ao local, algum trabalho de fundo que precisa de ser realizado nesse lugar. A Astrologia pode mostrar-lhe as linhas gerais, mas a carta de deslocação (relocação) dar-lhe-á o retrato mais específico dessa zona.
       O retrato geral é o mapa astral e o retrato local é a efectiva realização do horóscopo para a pequena aldeia, vila ou grande cidade onde queremos viver, digamos dentro de um raio de proximidade de 600 milhas da zona que nos atrai.
      Por exemplo, se estamos a considerar a escolha entre dois lugares diferentes porque gostamos de ambos, e uma das linhas principais da A*C*G passa entre as duas, ou está perto de ambas, então a carta de deslocação (relocação) vai apurar qual o melhor dos dois locais. Partindo do princípio de que ambos estão igualmente bem posicionados nos nossos corações como possíveis lugares para onde ir, e se a escolha pode ser feita racionalmente através do mapa, então nesse caso estes métodos serão úteis para si.
Mudanças subtis – mesma pessoa, perspectiva diferente
     Digamos que você quer mudar-se para Sydney ou para Melbourne, na Austrália. São lugares suficientemente longínquos para provocar uma diferença subtil na carta de deslocação (relocação). Inicialmente, a Astrologia pode tê-lo atraído para aquela parte do mundo por ser melhor para si, por diversas razões, talvez uma linha Vénus/Descendente cruzando uma linha Lua/Meio do Céu esteja a acontecer junto à linha costeira, a meio caminho entre duas cidades muito diferentes. Neste caso, a zona é óptima para ser tida em consideração, mas quais são os detalhes?
     Se fizermos uma carta de deslocação para Sydney e outra para Melbourne ou Adelaide, então iremos encontrar diferenças subtis entre a forma como o nosso "eu natal" e o nosso "eu construído" se relacionam com cada área, e como cada uma das zonas recebe a nossa energia.
     Uma das cidades em questão pode realçar a ideia de desafio na carreira, com o Sol na casa dez, por exemplo, enquanto, se formos mais para oeste, de modo a que a ênfase solar seja colocada na casa nove, pode acontecer que estejamos mais receptivos à aprendizagem, ao estudo - sermos estudantes entusiastas em vez de estarmos tão orientados para a carreira.
      A mudança pode ser bastante subtil. Se eu estivesse a considerar uma deslocação, tomaria em conta a minha própria natureza, as minhas circunstâncias, as características do próprio local em questão e também os meus planetas, e tentaria então encontrar o local que mais melhorasse a performance dos meus planetas.
     Onde é que os planetas vão ser mais felizes? Onde é que vão tornar-se mais produtivos? Onde é que o processo de individualização seria mais facilitado, especialmente se queremos desenvolver um aspecto menos evoluído ou mais obscuro da nossa personalidade.
     Se estamos a pensar numa deslocação, então devemos baseá-la em aspectos estéticos, práticos e astrológicos. Por exemplo, penso que alguns planetas funcionam melhor em locais mais sossegados, pouco angulares. Eu avaliaria com especial cuidado a hipótese de me mudar para um lugar com aspectos angulares difíceis, a menos que quisesse tirar partido dessa configuração, em termos sociais ou políticos.
     Refiro-me com isto a configurações geracionais pesadas, como as conjunções Saturno/Urano, Urano/Plutão, Saturno/Neptuno, ou o alinhamento em cruz que ocorre quando Júpiter, Urano e Saturno estão em Libra, como aconteceu na década de 50, e por aí afora.
     Estas são configurações importantes que denotam uma ligação individual a um plano ou tema colectivos e, se forem demasiado pesadas para serem suportados por um indivíduo de forma angular – consciente - então ocorrerão acontecimentos extraordinários.

Escolher o céu na terra!
    Quando consideramos uma deslocação, o melhor local para começar é em casa, ponderando o nosso próprio "eu". Como é que preferimos vivenciar o nosso potencial celeste? Onde é que gostaríamos de ver os aspectos astrais mais estimulantes, no contexto da nossa vida? Preferimos tê-los concentrados na casa nove, onde podem proporcionar uma discussão com os deuses ou uma demanda filosófica, ou então na quinta casa, onde podem proporcionar maior interacção com crianças ou com o ser amado, ou preferimos correr riscos especulativos que podem ser bastante perigosos?
     Estes são, então, alguns dos aspectos importantes a ter em mente. Existem pessoas que transferiram um aspecto natal difícil, incontornável e inexorável, digamos, da quarta casa, que os obrigava constantemente a lidar com assuntos de família, transformações familiares, e a gerir todos estes aspectos no microcosmos do núcleo familiar, deslocando-os de forma a poderem usá-los para transformar a sociedade.

     Uma dos minhas clientes, que tinha uma "doença esgotante", conhecida como Síndroma da Fadiga Crónica há quase sete anos, a doença da imunodeficiência, nasceu com uma conjunção de Urano e Plutão no Ascendente, oposta a Saturno no Descendente e formando uma cruz em T com uma conjunção Marte/ Vénus em Sagitário na quarta casa. Ela vivia continuamente os dilemas familiares, tanto no mundo psicológico como no físico, até que esta vivência se tornou somática – ficou doente e teve de encarar e lidar com o problema.
     A boa notícia é que no final, ela se tinha casado, ido viver para outra parte do mundo e transformado esse drama familiar num outro, mais agradável. No local onde agora se encontra, tem um aspecto Urano/ Plutão/ Meio do Céu; Saturno/IC com Marte/ Vénus/ Ascendente, e o desafio é bem mais saudável, viver e trabalhar num local excitante onde lhe oferecem tarefas diplomáticas, com trabalho de meditação na "zona bélica" e por aí afora. Deslocou a cruz em T para uma preponderância angular diferente!
     É, portanto, possível transferir esta incidência de nós próprios, através de uma deslocação, mas para ela a dinâmica familiar continua a existir, o trabalho ainda existe, a cruz em T ainda lá está, mas agora com uma nova incidência, porque ela passou a usar-se a si própria de uma forma diferente.




Peça a sua consulta de astrologia presencial